Reflexão em Essência Compartilhada

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Trancado

Entrou, fechou a porta,
passou a chave e girou duas vezes,
passou o trinco de segurança e não satisfeito encostou a cadeira.
Queria ter a certeza de que estava de fato trancado.
Era assim que desejava sentir-se naquele momento :trancado.
Só então seguro
disso tirou a roupa , apagou a
luz,
mas abriu a janela e entreabriu as
cortinas.
Queria que entrasse a
luz e os ar da noite.
Noite essa que amava sempre.
Amava amar seus amores por toda noite
e amava amar a noite, só amar olhando e sentindo.
No céu o manto azul esteve
estendido e as estrelas cintilando emitiam raios de brilho
intenso.
Deitou na cama e de frente esteve
estendido de frente pra janela
e pela fresta da cortina que balançava
suavemente com a brisa
e se deixouali apenas a
observar.
Tudo estavaenvolto em um
silêncio que mais parecia como o que antecede
ao chegar de um novo dia.
Onde as
ruas
vazias ,
o ar leve,
a cidade quieta
apenas se deixa
dormir.
Esse silêncio levou os ouvidos ao peito a
prestar atenção nas batidas do coração:tum tum somou a ele o tic-tac do relógio :
tic tac tic tac.
Respirou
profundamente e continuou com o olhar fixo
no céu estrelado sem nuvemnenhuma.
Em um piscar de
olhos
percebe que a lua vem chegando imponente,
quase indecente
de tão majestosa,
pura ,
nua,
só sua.
Quase delirando se viu sentado la
em cima e como
e com ela
assim a olhar o
mundo ,
dos mares o fundo.
Nesse tempo desde que no
quarto entrou e encantado sozinho ali ficou,
de nada falta sentiu.
Nem mesmo de quem um dia lhe
mentiu e traiu,
prometeu e não cumpriu ,
Disse que ficava mas fora embora
e seu caminho
sem olhar pra trás
seguiu.
Nem daqueles que ele deixou
apenas os ignorou e
falta não sentiu
nem de nada
nem de ninguém!
O peito que
ontem de amor ardeu
agora nesse momento
nem mágoa
restou.
Apenas só não arde mais.
Saudade de quem
não mais
vem ,
desse momento
de forma alguma parte
fez ...
E assim sem de nada , nem ninguém
falta sentir...percebeu que
agora era a lua que
partira e que ela as
estrelas seguira.
O tapete azul do céu que agora
enrolado fora
tem o lugar pelo do dia
tomado.
O dia chegou.
Então...
levantou ainda
com certeza nada
sentiu,
e só
se consentiu
se permitiu.
Respirou fundo
nu como estava sua rotina seguiu:
tomou seu banho sem pressa
se vestiu,
destrancou
tudo e sem olhar pra trás
partiu.
Pro mundo da realidade
onde
nada do que sentiu faz parte ou sentido.
Mas de si trancado
Guarda de tudo a imagem
E nem se dá ao
trabalho de explicar se tudo existiu
se fora sonho ,delírio
alucinação ou miragem.

Catiaho Alcantara 22/11/07 12.15 Reflexo d’Alma

5 comentários:

Anônimo disse...

Catiaho,

Quando "a lua se vai e as estrelas a seguem", como no final desse teu poema, dá vontade de reler o texto, imediatamente.

Se esse poema fizer parte do teu livro, parabéns, desde já.


Abraços, flores, estrelas...

Gabriela Moura disse...

Poucas coisas ou somente as mto boas tem a proeza de deixar um poeta sem palavras perplexo em estado delirante...parabéns vc já conseguiu isso mais de uma vez!!
Adorooo!!

Poeta Eterno disse...

Não posso dizer que estou perplexo porque sei a capacidade dessa mulher!!!
Olha ate onde eu pensei que ela não ia andar por enquanto ela ja esta andando!!! uhuuuuu!!! Vamos juntos??
SEMPREEEEEEEEEEEE!!!!!

Como as estrelas e a lua,
Como a flor e o perfume,
Como o ceu sem azul,
O sol sem luz...
Um fica tão sem graça,
Se o outro não acompanha...

bjbjbjbjbjbjb

..::Andressa::.. disse...

já li este! li, reli, e ainda não me cansou a leitura
licença catiaaaa, vou mergulhar de novo nesse mar lindo que encontrei aqui!


beijosssss

Catiaho Reflexod'Alma disse...

Mergulho nesses seus textos
por que é algo que não da pra ler
de fora,
deve ser essa sua intenção.
Porque eu me entrego
e fico viajando...
as vezes o texto acabou e eu
nem me dou conta porque
fico olhando pro vazio.
Bjks

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